O clima irregular, pelo segundo ano seguido, provoca o atraso no plantio da safra de soja 2021/22 no Paraná, o que pode comprometer a produção dessa e de culturas que, posteriormente, ocuparão a mesma área. Os detalhes são apresentados no Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 24 a 30 de setembro. O documento é preparado pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.
A falta de chuvas que se estende praticamente por todo o Paraná ainda não possibilitou avanço significativo da semeadura da soja, ainda que o período autorizado para essa atividade tenha iniciado em 13 de setembro. O levantamento do Deral aponta que, até o momento, foram semeados 407 mil hectares, o que representa 7% do total da área estimada para a safra.
Se comparar com a safra 2020/21, o volume é maior. No mesmo período do ano passado, quando a estiagem já castigava o Estado, apenas 154 mil hectares, ou 3% da área estimada tinham recebido sementes. Ainda que a atual safra esteja em ritmo melhor, o atraso é evidente ao se observar que, no período 2018/19, em fins de setembro, o plantio beirava 1 milhão de hectares.
Até o momento, as regiões que mais plantaram foram: Cascavel, com cerca de 177 mil hectares; Pato Branco (63 mil hectares); Toledo (48 mil); Francisco Beltrão (34 mil); e Campo Mourão, com quase 21 mil hectares.
A torcida e a expectativa, tanto dos produtores que já semearam quanto daqueles que ainda não o fizeram, são de que as condições climáticas estejam mais homogêneas nas próximas semanas e que a umidade possibilite o plantio e o bom desenvolvimento da lavoura.
MILHO E TRIGO– A semeadura do milho de verão no Estado chegou, até agora, a 262 mil hectares, o que corresponde a 62% da área total prevista para a safra. No mesmo período, no ano passado, o porcentual estava em 40% da estimativa de área. Da mesma forma que acontece com a soja, a aceleração de plantio nas próximas semanas dependerá das condições climáticas.
O boletim salienta, ainda, a perspectiva de que o Valor Bruto de Produção do trigo paranaense supere R$ 5 bilhões em 2021, caso a produção esperada e o preço se mantenham. Em 2020, o VBP chegou a R$ 3,59 bilhões. Um terço da área já está colhida com expectativa de que, ao final, alcance 3,5 milhões de toneladas.
FEIJÃO E BATATA– O documento preparado pelo Deral destaca, também, o plantio de feijão das águas. Até o momento foram preenchidos 37% da extensão estimada, o que representa 52 mil hectares. Na grande maioria, a lavoura a campo apresenta condições boas.
Os produtores de batata já semearam em torno de 86% da área de 15 mil hectares prevista para a atual safra. O volume estimado é de 457,7 mil toneladas, recuo de 1% em relação à safra anterior. Os técnicos avaliam que 97% das lavouras estão em condições boas.
MANDIOCA E FRUTAS– A falta de chuvas continua prejudicando os trabalhos de plantio e colheita da mandioca. Uma das regiões mais afetadas é o Noroeste, responsável por 65% dos 126 mil hectares previstos para cultivo no Estado. Devem ser produzidas 2,9 milhões de toneladas de raiz, o que representa recuo de 14% em relação à safra anterior.
Sobre a fruticultura, o boletim traça um panorama mundial, a partir dos dados de 2019, quando se produziu 883,4 milhões de toneladas de frutas frescas em 65,3 milhões de hectares dos 193 países integrantes da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). China, Índia e Brasil são os três principais produtores de frutas in natura.
LEITE E AVES– O documento agropecuário faz um comparativo entre as importações e exportações de produtos lácteos, destacando que, de janeiro a agosto deste ano, as compras brasileiras alcançaram 92.068 toneladas, enquanto o País vendeu apenas 30% desse volume (28.024 toneladas). Mesmo assim, as exportações cresceram 37% em relação ao mesmo período de 2020.
Na avicultura, o destaque é para o crescimento em 5,7% do abate nacional de frangos no primeiro semestre de 2021, comparativamente ao mesmo período do ano passado. O Paraná continua na liderança do segmento, com crescimento de 4,9% em número de cabeças abatidas e de 9,6% em toneladas de carnes produzidas.
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