Cerca de 60 pessoas, a maioria estudantes de colégios estaduais, estarão no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM), nesta quarta-feira (24), a partir das 14h, para visitar a exposição ‘O Museu de Dona Lina’ e participar de uma roda de conversa com o tema: ‘Como a negação da cultura contribui para o genocídio da juventude negra’. A iniciativa é do ‘Coletivo Malês’ que será recebido pela Pinacoteca do Beiru (https://pinacotecadobeiru.art), participante do ‘Programa de Residências Artísticas do MAM’ desde outubro (2021) e prosseguindo até 9 de janeiro (2022).
A programação da roda de conversa incluiu como palestrantes a diretora da Unidade Escolar (CEGDC) e mestranda em Estudos da Linguagem (UNEB), Ilca Guimarães, o economista, professor e especialista em Ciências Políticas, Erivaldo Oliveira, e o músico e estudante de História, Igor Casaes, que fará um recital artístico. Os estudantes são dos colégios estaduais Severino Vieira e Dionísio Cerqueira com idades que variam entre 15 a 18 anos de idade.
AFRODESCENDÊNCIA/CRUZ e SOUZA –A Pinacoteca do Beiru trabalha com temáticas afrodescendentes desde o início de novembro, mês dedicado à visibilidade da política pública de afirmação de afrodescendentes, de combate ao racismo e contra a intolerância. “O Beiru está localizado entre Cabula, Avenida Paralela, Mata Escura, Narandiba, Sussuarana e mais de 86% da sua população se autodeclara afrodescendente”, explica Juliana Freire, produtora cultural da Pinacoteca.
A atividade marca ainda o dia do nascimento do poeta catarirense, Cruz e Souza (Florianópolis, 1861 – Antônio Carlos/MG, 1898), um dos principais representantes do Simbolismo no Brasil. Filho de escravos alforriados, Cruz e Souza teve uma educação esmerada patrocinada pelos antigos patrões dos seus pais, dominando o francês, latim e grego, além de matemática e ciências naturais. Teve uma vida sofrida ao passar por muito preconceito, recusado como promotor de Laguna por ser negro e perdido quatro filhos para tuberculose o que o levou ao o que muitos consideram um estado de loucura.
PERIFERIAS e PINACOTECA –Para Clara Maiana Neves, coordenadora do Coletivo Malês, essas atividades auxiliam na conscientização de adolescentes e jovens para a importância do acesso à cultura e o poder transformador das artes e da cultura. “O acesso à cultura é urgente e necessário para milhares de jovens que nascem e habitam as periferias de Salvador”, ressalta Clara. Ela faz agradece ao apoio do deputado Jacob Lula da Silva para o evento.
A Pinacoteca tem promovido ainda outras rodas de conversa com o tema ‘Beiru e o Antigo Quilombo do Cabula: um lugar de resistência’, a ‘Oficina DUB’ no próximo dia 28, visitações gratuitas ao ateliê montado pelo artista Anderson AC – criador da Pinacoteca – onde ele estará trabalhando na Galeria 3, leituras públicas, aulas e as ‘Oficinas de Arte para Crianças’ nos dias 5 e 19 de dezembro. O uso de máscaras faciais é obrigatório.
Informações MAM: redes sociais (instagram e facebook), sitewww.mam.ba.gov.brou via telefone (71) 31176132 (9h às 12h e das 13h às 15h). O MAM funciona de terça-feira a domingo com entrada gratuita. A exposição ‘O Museu de Dona Lina’ e a residência da Pinacoteca ficam abertas à visitação de 13h às 17h. O café, cinema Saladearte e os pátios de 12h às 20h. O MAM-Bahia é um equipamento da Secretaria de Cultura/Ipac.
Fonte: Ascom/MAM
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