Pode-se dizer, bem superficialmente, que estamos praticamente iniciando um período pós-pandemia. Embora as vacinas já estão à disposição da população há um certo tempo, tomar cuidado e continuar seguindo as orientações e sugestões dos profissionais da área de saúde continua sendo fundamental para nossa saúde e segurança.
Observa-se também que, gradativamente, e mesmo levando em consideração a crise econômica e política que se vive, as pessoas estão voltando às suas rotinas normais de trabalho, e reestabelecendo suas rendas fixas mensais. Porém, quando o assunto é gestão e controle financeiro, normalmente aparecem profissionais especializados no referido assunto indicando como devemos cuidar do nosso próprio dinheiro. Normalmente, são apresentados conceitos relevantes, e também são indicadas técnicas e ferramentas eficientes para tal procedimento. A questão é que na vida e no nosso cotidiano há também um certo dinamismo que muitas vezes nos surpreende e que bate de frente com nossos planejamento e objetivos. O desestimulo da população nas questões de controle financeiro pessoal se intensifica em momentos como esses.
Hoje, no Brasil, assim como durante toda a história, a maioria da população brasileira ganha, em média, um pouco acima do salário mínimo, e que mal sustenta os direitos sociais prescritos no artigo 6º (sexto) da Constituição Federal. O que nos leva a entender que os brasileiros, de certa forma, são especialistas natos em fazer milagres para garantir a própria sobrevivência. Muitas obras literárias brasileiras, como o Quarto de Despejo, da autora Carolina Maria de Jesus, descrevem bem situações de crise como essas, e que sempre apresentam vários outros elementos que intensificam a dificuldade e o desafio da sobrevivência com poucos recursos. Desafios estes capazes de transformar especialistas em gestão financeira em profissionais imperitos.
Professores e especialistas em gestão e controle financeiro pessoal deveriam então mudar o foco das aulas e das orientações. Levar em consideração os verdadeiros interesses de seu público. O interesse de poder investir mais, e não, simplesmente, economizar e criar uma certa poupança forçada, e muitas vezes, sem critérios, regras e objetivos.
Os professores que tratam destes assuntos e correlatos, tem uma grande ferramenta à disposição: os números. São exatos e garantem o convencimento e satisfação dos alunos e interessados. Por meio dos números conseguimos encontrar falhas de gestão, traços disfuncionais de comportamento do aluno, e criar inúmeras estratégias e oportunidades de renda extra para otimizar as finanças das pessoas. Talvez até converter a renda extra em renda principal, ou indicar as vantagens da renda variável com relação a renda fixa.
Outro ponto interessante que se deve destacar é a utilização planejada, controlada e segura, do cartão de crédito e das facilidades de empréstimo, ao invés de demonizar esses recursos. Recursos que por sua vez podem proporcionar melhor e maior organização financeira, além de poder proporcionar também a oportunidade de otimização da renda principal.
Antes mesmo dos especialistas indicarem às pessoas como elas devem usar o próprio dinheiro, precisam, primeiramente, ter empatia e sensibilidade para perceber que, muitas vezes, o principal objetivo das pessoas não é o ponto de equilíbrio financeiro pessoal, mas, primeiramente, a ascensão da renda mensal.
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