O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou sua viagem à África com duras críticas a Israel pela ofensiva militar na Faixa de Gaza, que já deixou quase 30 mil mortos e cerca de 170 mil feridos. Em uma entrevista coletiva antes de embarcar de volta ao Brasil, Lula disse que o que acontece no território palestino não é uma guerra, mas um “genocídio” e comparou a situação ao massacre de judeus na Alemanha nazista.
“Quando eu vejo o mundo rico anunciar que está parando de dar contribuição para a questão humanitária aos palestinos, eu fico imaginando qual é o tamanho da consciência política dessa gente e qual é o tamanho do coração solidário dessa gente que não está vendo que na faixa de Gaza não está acontecendo uma guerra, mas um genocídio”, afirmou Lula.
O presidente também defendeu o aumento da contribuição financeira do Brasil à agência da ONU que cuida dos refugiados palestinos, que foi acusada por Israel de ter funcionários envolvidos nos ataques do Hamas. Lula disse que o Brasil não vai seguir o exemplo de outros países que suspenderam o financiamento à agência e criticou a falta de solidariedade e de coração político desses líderes.
“Você deixar de ter ajuda humanitária, quem vai ajudar a reconstruir aquelas casas que foram destruídas, quem vai restituir a vida de 30.000 pessoas que já morreram, 70 mil que estão feridos, quem vai devolver a vida das crianças que morreram sem saber por que estavam morrendo, isso é pouco para mexer com o senso humanitário dos dirigentes políticos do planeta.”, declarou Lula.
Lula reiterou que o Brasil condena os ataques do Hamas contra Israel, mas considera que a reação israelense foi desproporcional e injustificável. Ele disse que não vê uma guerra entre soldados dos dois lados, mas entre um exército altamente qualificado e treinado, como é o israelense, e mulheres e crianças.
A guerra na Faixa de Gaza foi um dos temas centrais da viagem de Lula ao Egito e à Etiópia, onde ele participou de reuniões com líderes africanos e da Liga Árabe. Lula também se encontrou com o primeiro-ministro palestino da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e manifestou o apoio do Brasil à causa palestina.
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