Finalizada a 1ª Etapa da Campanha de Vacinação Contra a Febre Aftosa em 2021, a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) está fazendo um balanço das atividades desenvolvidas e preparando a 2ª fase, programada para o mês de novembro. A vigilância ativa, a atualização de informações, os resultados da vacinação por região e a melhoria do desempenho, estiveram na pauta da primeira de uma série de reuniões que seguem até o próximo dia 23, envolvendo os escritórios da Agência em todos os Territórios de Identidade na Bahia. A análise da Adab mostra um índice de pelo menos 90% de taxa de cobertura vacinal para bovídeos por município e o mesmo número para propriedades com registro de vacinação, indicando uma estabilidade na imunização em todo o estado em comparação com etapas anteriores.
O rebanho baiano possui 11.385.035 de bovinos e bubalinos dos quais 99,81% pertence à espécie bovina, espalhados por uma extensão territorial de 564.733,17 Km². As explorações pecuárias ocorrem em 279.450 propriedades, distribuídas em 416 municípios do estado, tendo como regiões de maior concentração o Extremo Sul, Sudoeste e o Oeste. Apenas o município de Madre de Deus não possui unidades pecuárias com bovídeos. “Para um Estado com essas dimensões, manter os índices de imunização acima dos 90%, como preconiza o Ministério da Agricultura, aponta para o trabalho incansável dos profissionais da Agência que sempre estiveram aqui para defender o patrimônio pecuário da Bahia”, avaliou o diretor geral da Adab, Oziel Oliveira, que está acompanhando a agenda do Governador Rui Costa no Oeste.
“As notificações de suspeitas para Febre Aftosa estão baixíssimas e, por isso mesmo, precisamos que os produtores nos comuniquem sempre que os animais apresentarem sintomas da doença nas propriedades”, destacou o diretor de Defesa Sanitária Animal, Carlos Augusto Spínola. À Adab cabe orientar, fiscalizar e controlar a qualidade das vacinas comercializadas, bem como monitorar e verificar e a sua utilização durante as campanhas, entre outras atividades. “A análise dos resultados obtidos em cada etapa das campanhas, assim como a comparação com resultados anteriores permite um maior domínio acerca dos diferentes níveis de adesão por parte dos criadores”, ressaltou Spínola. “E isso nos ajuda a definir áreas e municípios que devem ser priorizados para as ações de vigilância, assim como as estratégias de maior proporção para a imunidade populacional dos bovídeos, estimulando uma maior participação dos criadores nos programas sanitários em execução no estado”, enfatizou.
Dados e estratégias
O sistema de produção bovina no estado é, predominante, a criação em regime extensivo para corte. A Bahia apresenta um grande volume de pequenos produtores distribuídos em seu território, caracterizando-se pelo maior contingente de unidades produtivas voltadas à criação de subsistência e agricultura familiar. “Esse é um dos desafios da defesa sanitária animal porque todas as ações, para alcançarem o êxito, precisam de engajamento e participação efetiva dos criadores, sejam pequenos ou grandes pecuaristas”, explica o coordenador do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA) na Bahia, José Neder. “Daí a importância de adotar estratégias de orientação, divulgação e fiscalização que mobilizem e promovam a participação de todos no processo de erradicação da Febre Aftosa”, salientou Neder, informando que a taxa de propriedades que apresentaram registro de vacinação na 1ª etapa da campanha de vacinação contra a Febre Aftosa 2021 foi de 86,58 % como média geral para o Estado da Bahia.
No âmbito da cobertura vacinal a imunização dos animais alcançou 93,36%. Os resultados por município apontam para uma maior proporção de cidades com taxa superior a 90% (313), seguido por municípios com taxas entre 70 e 90% (96). E, considerando a vigilância ativa em propriedades como um importante componente da atenção para a febre aftosa, durante a 1º etapa de vacinação, a Adab realizou um quantitativo expressivo de ações, principalmente as motivadas pelas vacinações assistidas. Ao todo, no período de maio a julho, foram visitadas 528 propriedades, perfazendo uma taxa de vigilância de 0,18 % para o estado, sendo vistoriados 28.995 animais, entre bovídeos e pequenos ruminantes. “Esse número atende às exigências estabelecidas pelo MAPA e alcançamos bons resultados mesmo diante das dificuldades enfrentadas nesta campanha, considerada atípica em função da pandemia e seus impactos”, analisou Neder, acrescentando que as ações de comunicação também fazem parte das ferramentas estratégicas das campanhas contra a febre aftosa pela Adab. Nesta edição somente os carros e motos de som alcançaram um público de quase 100 mil produtores. As redes sociais, junto com as entrevistas em TV e inserções de propaganda em rádio atingiram cerca de seis milhões de pessoas.
Para o coordenador do PNEFA-Ba, os resultados obtidos na 1ª etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa apontam para uma estabilidade das taxas de cobertura vacinal e registro de vacinação em propriedades quando comparadas aos anos anteriores, mesmo com as restrições impostas pelo enfrentamento da pandemia do COVID-19 e o desabastecimento de vacinas durante a etapa em grande parte dos municípios. “E a irregularidade da distribuição geográfica da imunização, indica a necessidade de estabelecer estratégias específicas para algumas regiões, principalmente no Norte e Baixo Sul do estado”, disse Neder, informando ainda que nos locais com predominância de pequenos produtores, na próxima etapa da campanha, a Adab deve intensificar as ações de comunicação, orientação e divulgação. “E já que o país está em processo de transição para a retirada da vacinação é fundamental que Adab e produtores estejam atentos sobre a importância de se definir uma rotina de defesa sanitária. Com criadores envolvidos e fiscais empenhados para as ações de vigilância ativa ao longo do ano”.
Veja os resultados da campanha de vacinação contra a febre aftosa por região:
COORDENADORIA | PERCENTUAL % |
BACIA DO JACUÍPE | 94,81 |
BACIA DO PARAMIRIM | 94,18 |
BACIA DO RIO CORRENTE | 94,81 |
BACIA DO RIO GRANDE | 95,76 |
BAIXO SUL | 81,51 |
CHAPADA DIAMANTINA | 93,25 |
COSTA DO DESCOBRIMENTO | 95,08 |
EXTREMO SUL | 97,25 |
IRECÊ | 93,04 |
ITAPARICA | 90,53 |
LITORAL NORTE E AGRESTE BAIANO | 94,25 |
LITORAL SUL | 86,04 |
MÉDIO RIO DE CONTAS | 92,91 |
MÉDIO SUDOESTE | 95,08 |
METROPOLITANO DE SALVADOR | 96,33 |
PIEMONTE DA DIAMANTINA | 91,08 |
PIEMONTE DO PARAGUAÇU | 92,52 |
PIEMONTE NORTE ITAPICURU | 89,84 |
PORTAL DO SERTÃO | 90,15 |
RECÔNCAVO | 93,15 |
SEMIÁRIDO NORDESTE 2 | 95,53 |
SERTÃO PRODUTIVO | 95,38 |
SERTÃO SÃO FRANCISCO | 75,61 |
SISAL | 91,79 |
SUDOESTE BAIANO | 93,27 |
VALE DO JIQUIRIÇÁ | 92,70 |
VELHO CHICO | 92,57 |
Fonte: Ascom/ Adab
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